Por Renata Monteiro
O Pré Universitário Popular Fernando Santa Cruz existe há doze anos e funciona no Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal Fluminense. Mantido com a verba fornecida pela reitoria da universidade, o pré-vestibular prepara alunos de baixa renda para as provas das universidades públicas do estado do Rio de Janeiro. Atuam no projeto seis coordenadores e um corpo de professores, no qual todos são alunos ou funcionários da UFF. O voluntariado faz parte de um dos projetos de extensão da universidade e os colaboradores não recebem qualquer ajuda financeira, e sim, um certificado de participação no projeto.
No Pré-Vestibular Fernando Santa Cruz, os alunos estudam de segunda à sexta-feira, das 18h30 às 22h30 e aos sábados das 15h às 20h e não pagam nada por isso, apenas contribuem com os materiais didáticos que serão usados por eles ao longo do ano. Além das aulas regulares, os alunos ainda participam de um grupo de estudos que acontece todos os sábados das 20h às 22h30. Como suporte aos estudos, os alunos tem acesso a uma biblioteca e uma videoteca instaladas no prédio.
Para ingressar no pré-vestibular, os alunos além de terem que comprovar que vieram de escola pública, passam por um entrevista, uma prova escrita e por entrega de documentos, através dos quais será feita a análise sócio-econômica do interessado. O curso tem início em março e se estende até a primeira fase do vestibular da UFF, para o qual o preparatório é direcionado. Após essa primeira etapa, que é a avaliação objetiva, os alunos são divididos de acordo com as provas específicas da carreira desejada.
Um dos pontos fortes deste pré-vestibular é a organização. De acordo com uma das coordenadoras do projeto, Carina Munhoz, aluna de Biblioteconomia, para estudar no Pré Universitário Popular Fernando Santa Cruz é necessário disciplina e vontade de passar. “Muitos alunos começam em outros pré-vestibulares mas acabam vindo nos procurar por conta de nossa organização. Aqui cobramos muita disciplina dos alunos”, explicou.
Carina ainda explicou que geralmente o curso começa com 100 alunos, mas muitos desistem no meio do caminho. “Principalmente depois da primeira qualificação da UERJ muitos dos nossos alunos desistem. Quando vêm que não foram bem, acabam não acreditando que são capazes de passar”, falou. Entretanto, aqueles que continuam, acabam se saindo muito bem. “Chegamos no fim do ano com cerca de 30 alunos, desses 27 ou 28 passam para uma universidade federal. Nosso índice de aprovação é muito grande”, comentou Carina.
Com muitas aprovações no vestibular, o pré-comunitário não se preocupa apenas em preparar esses alunos para as provas, como também para a vida. De acordo com o coordenador Fortunato, o pré-vestibular tem além do objetivo de ensinar, resgatar a auto-estima dos alunos e fazer com que eles tenham uma leitura crítica da realidade. “Nós lutamos contra esse apartheid social que existe nas universidades públicas, esse é o objetivo do nosso curso”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário